terça-feira, 27 de setembro de 2011


Pomba Gira Cigana da Mata
Pomba Gira Cigana das Matas
Esta entidade de pomba-gira trabalha na linha de Oxossi, e muitas vezes se apresenta como a cabocla Jurema. Seus domínios é muito grande e seu condutor é o Exu da Mata. Esta entidade esta sempre disposta a ajudar a quem for pedir a sua ajuda. Ela se apresenta em forma de índia e sua oferendas são coloridas. Adora receber incenso ao invés de velas , prefere bandeja de flores e frutas e não gosta de cigarrilhas, bebe vinho tinto e suave e gosta de perfumes e adornos para usar nos braços e pernas.
Esta entidade trabalha para abertura de caminhos... sendo para a saúde e negócios... faz amarras de amor, mais só quando esta bem incorporada. Ajuda as pessoas a resolver problemas de justiça e achar objetos perdidos. Suas oferendas são ofertadas nos cruzeiros de matas ou em cima de árvores frondosas. Dispensa toalhas e papeis de seda por folhas de mamoneiro ou bananeiras. Saravá a Senhora das Matas!
Pontos Cantados
Do meio da mata se ouve um grito...
o vento sopra em nossa direção,...
trás em nossas narinas o perfume suave da dona das matas, juremas e nanas...
Salve a mulher do arco-iris salve o exu coberto de flor...
Vem chegando pomba-gira da mata...
trazendo consigo muito mel e fervor.

Cigana Salomé do Egito
Com cabelos longos e ondulados, e olhos profundamente negros e amendoados, Salomé traz em sua cabeça um adorno de ouro que ganhou de seu pai e no pescoço um cordão de ouro herança de sua mãe.
Sua voz é doce, mas sua palavra é de ferro, pois sabe mandar, mas ao mesmo tempo acolhe seus protegidos com amor e carinho, e os livra de muitas perseguições, pois esta cigana é justiceira, e luta por quem nela tem fé.Esta cigana é maravilhosa,a beleza de Salomé era marcante e exótica.
Excelente vidente, e tiradora de cartas era sempre procurada também por suas magias fortíssimas para união de casais que se amavam,. mas que estavam separados, para devolver a saúde à pessoas doentes, etc, e Salomé sempre ganhou muitas jóias de moedas de ouro que foram guardadas em um baú que era só dela.
Quando Salomé morreu, o povo do povoado onde nasceu lamentou muito a sua partida, pois ela se fez muito querida, e sempre passava por lá com a sua caravana, até o dia de sua morte.
Após o seu falecimento,o espírito de Salomé recebeu muitas e muitas orações de agradecimento, e sua alma iluminou-se de tal modo que aqueles que tem o dom de vidência logo a reconhecem pela luz que se manisfesta à distância, e o cheiro de jasmins frescos do campo.
Salomé cuida muito bem de seus protegidos, mas não admite mentiras ou traições, pois é muito justa. Quem tem esta cigana na aura, é extremamente intuitiva, e tem tendências a explosões de humor. Bem, a cigana Salomé tem uma força espiritual muito grande, desde menina era vidente e clarividente (ouvia espíritos), antepassados que lhe mostravam tudo o que deveria aprender.
Encantadora, muitos homens se apaixonaram por ela, ciganos ou não, e ela sempre ganhava muitos presente por sua beleza, mas era muito desconfiada e não entregava o seu amor à ninguém.
Salomé amou uma única vez na vida, mas o seu amor morreu primeiro que ela, lhe deixando muitas saudades, muita dor...
Dona de uma vontade de ferro quando batia o pé, nada a o movia do que queria, mas também profundamente justa, e tinha muita compaixão por idosos e pessoas doentes, e adorava crianças. Salomé era muito procurada pela força de sua magia, e ganhou muitas moedas de ouro e jóias por resolver problemas de amor, doença, e unir casais que se amavam mas que estavam separados.
Salomé detesta pessoas mentirosas e falsas e mais ainda pessoas "espertalhonas" que gostam de lesar os outros. Salomé inspira meiguice, mas tem palavra de ferro quando quer.
Suas cores são: amarelo, dourado, marrom, laranja,cobre,o amarelo claro, areia, e seus horários são sempre após o sol se por, pois ao por do sol, Salomé tem saudades de seu amor.
Espírito iliminado, alguns médiuns sentem a sua presença, com o perfume de jasmins do campo que acompanha a sua linda alma, de uma impressionante luminosidade.
Sua flor favorita é o jasmin e a rosas branca, em suas mãos, geralmente se vê uma flor de jasmin branco, ou um ramalhete de jasmins.
Tem a aparência de uma menina, e a sabedoria de uma mulher idosa, lindo espírito!!!

Bruxa Évora
Muito requisitada, quando os outros não sabem o que fazer, ela sabe e faz com a maior vontade e ódio, sedenta a completar seu objetivo. Mas ao invés de perseguir suas vitimas, ela prefere atraí-los, o que faz muito bem. É ela quem decide qual demônio será designado para cada missão e tem o poder de suspendê-los se não desempenharem bem sua função.
A Bruxa de Évora era moura, criada na Ibéria, falava bem o árabe, o português e o latim. Foi criada por umas velha tia que lhe ensinou as artes mágicas, dando-lhe como talismãs sete moedas de ouro do califa Omir, uma pedra ágata com inscrições árabes e uma chapa de prata com o nome do profeta.
A bruxa árabe era chamada de Moura torta, usava trapos, mas em seu peito brilhava um amuleto de âmbar. Ela lia o Alcorão e escrevia, sabia matemática, e olhando o céu reconhecia as estrelas, lia a sorte nas areias, nas estrelas e fazia feitiços e curas. Conhecia a magia dos seus ancestrais muçulmanos, mas vivendo no século XIII, também sabia a dos celtas.
A bruxa voava montada em cães, lobos, camelos, carneiros e em vassouras, mas sempre era vista voando em seu bode preto. O bode sempre foi um animal de feiticeiros, talvez por ser muito sensual; sugere pactos com demônios, feiticeiras, seres parte homem e parte animal, força de grande magia. O bode da era pagã emprestou sua forma para o diabo. As bruxas também eram companheiras dos dragões, deram a eles muitos nomes: o terrível, o magnífico, o senhor do mundo, o guardião.
Há muitos demônios companheiros fieis da bruxa de Évora, os principais são: Abalan (príncipe dos infernos), Abigor (demônio de hierarquia superior), Abrahel (súcubo), Asmodeu (um dos chefes), Adramelech (grande chanceler do inferno), Hecate (deusa infernal), Lúcifer (o maioral), Marbas (presidente infernal), Rowe, (conde infernal), Satã (rei dos infernos) e inúmeros outros. Os gatos são acusados de demônios por serem considerados um animal mágico, parente da lua, pois o gato surge para a vida à noite; da magia de seus olhos é que surgiram as crenças nos seus poderes sobrenaturais, que transportam as almas dos mortos, encarnação do diabo o gato é um grande amigo das bruxas. A Bruxa Évora tinha um gato preto chamado Lusbel. Apesar de temida, as pessoas buscam os poderes dessa bruxa: seus feitiços, sortilégios, banhos, amarração, conjuros, etc..., com a finalidade de obter cura, proteção e sucesso no amor e na vida.
São Cipriano
A lenda de São Cipriano - O Feiticeiro - confunde-se com um outro célebre Cipriano imortalizado na Igreja Católica, conhecido como Papa Africano. Apesar do abismo histórico que os afasta, as lendas combinam-se e os Ciprianos, muitas vezes, tornam-se um só na cultura popular. É comum encontrarmos fatos e características pessoais atribuídas equivocadamente. Além dos mesmos nomes, os mártires coexistiram, mas em regiões distintas.
Cipriano - O Feiticeiro - é celebrado no dia 2 de Outubro. Foi um homem que dedicou boa parte de sua vida ao estudo das ciências ocultas. Após deparar-se com a jovem (Santa) Justina, converteu-se ao catolicismo. Martirizado e canonizado, sua popularidade excedeu a fé cristã devido ao famoso Livro de São Cipriano, um compilado de rituais de magia.
A fantástica trajetória do Feiticeiro e Santo da Antioquia, representa o elo entre Deus e o Diabo, entre o puro e o pecaminoso, entre a soberba e a humildade. São Cipriano é mais que um personagem da Igreja Católica ou um livro de magia; é um símbolo da dualidade da fé humana.
O Feiticeiro
Filho de pais pagãos e muito ricos, nasceu em 250 d.C. na Antioquia, região situada entre a Síria e a Arábia, pertencente ao governo da Fenícia. Desde a infância, Cipriano foi induzido aos estudos da feitiçaria e das ciências ocultas como a alquimia, astrologia, adivinhação e as diversas modalidades de magia.
Após muito tempo viajando pelo Egito, Grécia e outros países aperfeiçoando seus conhecimentos, aos trinta anos de idade Cipriano chega à Babilônia a fim de conhecer a cultura ocultista dos Caldeus. Foi nesta época que encontrou a bruxa Évora, onde teve a oportunidade de intensificar seus estudos e aprimorar a técnica da premonição. Évora morreu em avançada idade, mas deixou seus manuscritos para Cipriano, dos quais foram de grande proveito. Assim, o feiticeiro dedicou-se arduamente, e logo se tornou conhecido, respeitado e temido por onde passava.
A Conversão Cristã
Vivia em Antioquia a bela e rica donzela Justina. Seu pai Edeso e sua mãe Cledonia, a educaram nas tradições pagãs. Porém, ouvindo as pregações do diácono Prailo, Justina converteu-se ao cristianismo, dedicando sua vida as orações, consagrando e preservando sua virgindade.
Um jovem rico chamado Aglaide apaixonou-se por Justina. Os pais da donzela (também convertidos à fé Cristã) concederam-na por esposa. Porém, Justina não aceitou casar-se. Aglaide recorreu a Cipriano para que o feiticeiro aplicasse seu poder, de modo que a donzela abandonasse a fé e se entregasse ao matrimônio.
Cipriano investiu a tentação demoníaca sobre Justina. Fez uso de um pó que despertaria a luxúria, ofereceu sacrifícios e empregou diversas obras malignas. Mas não obteve resultado, pois Justina defendia-se com orações e o Sinal da Cruz.
A ineficácia dos feitiços fez com que Cipriano se desiludisse profundamente perante sua fé e se voltasse contra o demônio. Influenciado por um amigo cristão de nome Eusébio, o bruxo converteu-se ao cristianismo, chegando a queimar seus manuscritos de feitiçaria e distribuir seus bens entre os pobres.
Os Fantasmas
Em um capítulo de seu livro, Cipriano narra um episódio ocorrido após sua conversão:
"Numa noite de sexta-feira, caminhava por uma rua deserta quando se deparou com quatorze fantasmas. Essas aparições eram bruxas que imploravam ajuda. Cipriano respondeu-lhes que havia se arrependido de sua vida de feiticeiro, e que havia se tornado temente a Jesus Cristo. Logo depois caiu em sono profundo, e sonhou que a oração do Anjo Custódio o livraria daqueles fantasmas. Ao despertar teve uma breve visão do Anjo. Assim, auxiliado pela oração de São Gregório e do Anjo Custódio, esconjurou e livrou a alma atormentada das bruxas."
A Morte
As notícias da conversão e das obras cristãs de Cipriano e Justina, chegaram até o imperador Diocleciano que se encontrava na Nicomédia. Assim, logo foram perseguidos, presos e torturados. Frente ao imperador, viram-se forçados a negar a fé cristã. Justina foi chicoteada, e Cipriano açoitado com pentes de ferro. Não cederam.
Irritado com a resistência, Diocleciano ainda lançou Cipriano e Justina numa caldeira fervente de banha e cera. Os mártires não renunciaram, e tampouco transpareciam sofrimento. O feiticeiro Athanasio (que havia sido discípulo de Cipriano) julgou que as torturas não surtiam efeito devido a algum sortilégio lançado por seu ex-mestre. Na tentativa de desafiar Cipriano e elevar a própria moral, Athanasio invocou os demônios e atirou-se na caldeira. Seu corpo foi dizimado pelo calor em poucos segundos.
Após este fato, o imperador Diocleciano finalmente ordenou a morte de Justina e Cipriano. No dia 26 de Setembro de 304, os mártires e um outro cristão de nome Teotiso, foram decapitados às margens do Rio Galo da Nicomédia. Os corpos ficaram expostos por 6 dias, até que um grupo de cristãos recolheu e os levou para Roma, ficando sob os cuidados de uma senhora chamada Rufina. Já no império de Constantino, os restos mortais foram enviados para a Basílica de São João Latrão.
O Livro
O famoso Livro de São Cipriano foi redigido antes de sua conversão, mas o mistério que envolve a vida do Santo interfere também em seu livro. Uma parte dos manuscritos foi queimada por ele mesmo. A questão é que não se sabe quando, e por quem os registros foram reunidos e traduzidos do hebraico para o latim, e posteriormente levados para diversas partes do mundo.
No decorrer dos anos, o conteúdo sofreu alterações significativas. Houve uma adaptação de acordo com as necessidades e possibilidades contemporâneas; além da adequação necessária na tradução para os vários idiomas. Esses fatores colocam em dúvida a fidelidade das versões recentes, se comparadas às mais antigas.
Atualmente, não é possível falar do Livro, mas sim dos Livros de São Cipriano. As edições capa preta e capa de aço; ou aquelas intituladas como o autêntico, o verdadeiro, ou o único, enfatizam um mesmo acervo mágico central, e ainda exaltam o cristianismo e a vitória do bem sobre o mal. Porém, existem grandes diferenças no conteúdo. Enquanto alguns exemplares apresentam histórias e rituais inofensivos, outros apelam para campos negativistas e destrutivos da magia.
Num aspecto geral, encontra-se instruções aos religiosos para tratar de uma moléstia, além de cartomancia, esconjurações e exorcismos. A Oração da Cabra Preta, Oração do Anjo Custódio e outras da crença popular também são inclusas (Magnificat, Cruz de São Bento, Oração para Assistir aos Enfermos na Hora da Morte, etc.). Além dos rituais de como obter um pacto com o demônio, como desmanchar um casamento e da caveira iluminada com velas de sebo.
No Brasil, o Livro de São Cipriano é usado largamente nas religiões afro-brasileiras, e se tornou um "almanaque ocultista" de fácil acesso que se dilui na crendice popular. Há ainda os mitos que o cercam: muitos consideram ser pecado possuí-lo ou simplesmente tocá-lo. De qualquer forma, o tema São Cipriano e tudo que o cerca, é um campo de estudo e pesquisa muito interessante para os ocultistas, religiosos e aventureiros.

Cabocla Iara
Cabocla Iara
Iara é a deusa encantada das águas doces, diferente do deus Rudá que é o deus do mar, cultuado pelo povo indigêna, é a deusa mais ligada a Mamãe Oxum, a Cabocla Iara é uma cabocla muito conhecida na Umbanda, alguns afirmam ser irmã da Cabocla Jurema, mas de certo o que se sabe é que esta entidade é uma das falanjeiras da linha de Oxum, cabocla de genio bem forte e de linha de cura,seu grito é como se fosse um passaro.
É certo que está entidade vibra na corrente de Oxum, abaixo segue o mito e a história desta Deusa tupi-guarani.
Iara ou Uiara (do tupi 'y-îara senhora das águas) ou Mãe-d'água, segundo o folclore brasileiro, é uma sereia. De pele morena clara e cabelos negros, tem olhos verdes e costuma banhar-se nos rios, cantando uma melodia irresistível. Os homens que a vêem não conseguem resistir a seus desejos e pulam nas águas e ela então os leva para o fundo do rio, de onde nunca mais voltam. Os que retornam ficam loucos e apenas uma benzedeira ou algum ritual realizado por um pajé consegue curá-los. Os índios têm tanto medo da Iara que procuram evitar os lagos ao entardecer.
O Mito
Moça bonita, de cabelos demasiadamente longos, que sempre mora nas águas perto das matas. Pode morar no mar, nos rios, nos lagos, nas cachoeiras e nas lagoas.
Vez por outra, nas horas mortas da noite, especialmente em noite de luar, canta.
Diz que duma voz tão boa, bonita e tocante que o homem que a ouve morre de paixão por ela.
Quando o Homem se apaixona por ela, ele é levado ao fundo das águas (mar,rio,cachoeira,lago ou lagoa)e é devorado pela Iara
Não se entende nada de suas cantigas porque canta em língua indígena. Se a mãe-d'água por acaso um dia morrer, sua fonte seca.
Lendas
A Lenda da Iara, a deusa das águas, traduz a relação do caboclo com o mundo aquático da Amazônia, cuja paisagem ganhou do poeta baré Thiago de Mello o nome de “Pátria das Águas”. Essa interação permanente do amazônida com as águas gerou a chamada civilização ribeirinha, na qual os rios, lagos, igarapés e igapós são fontes da vida, da morte e do imaginário regional. São caminhos, referências e habitat naturais dos que vivem ou viveram, durante séculos, às margens do grande rio Amazonas e de seus inumeráveis tributários, herança cultural que recebemos de nossos ancestrais indígenas e portugueses. Mas a relação do caboclo com os rios não é apenas uma conjunção física e conjuntural, vai muito além do campo material, é sensível e presente. Nunca suas histórias são contadas no tempo passado, são presentes como se estivessem acontecendo naquele momento, ali mesmo.
Os colonizadores também foram vencidos pelas águas da região, assimilando a cultura ribeirinha milenar, mas incorporando à descendência cabocla lembranças do além-mar, formadas no novo ambiente cultural. Assim nasceu a Iara, o Boto e tantas outras lendas que hoje compõem a legião dos encantados da cultura amazônica. Os encantados, aliás, estão em todos os lugares, como afirma o poeta e escritor paraense João de Jesus Paes Loureiro – estão entre os índios e caboclos, entre o céu e a terra, nas selvas, nos campos, no fundo das águas...
Segundo Paes Loureiro, “a Iara – Mãe d’Água – vive nas encantarias do fundo dos rios. Ela atrai os moços e os fascina, mostrando-lhes seu rosto belíssimo à flor das águas e deixando submersa a cauda de peixe. Para seduzi-los, faz promessas de todos os gêneros. Para aumentar o estado de encantamento canta belas melodias com voz maviosa. Convida-os a irem com ela para o fundo das águas do rio – onde se localiza a encantaria – sob a promessa de uma eterna bem-aventurança em seu palácio, onde a vida é uma felicidade sem fim. Quem tiver visto seu rosto uma única vez jamais poderá esquecê-lo. Pode até, no primeiro momento, resistir-lhe aos encantos por medo ou precaução. No entanto, mais cedo ou mais tarde acabará por se atirar no rio em sua busca, levado pelo desejo ardoroso de juntar seu corpo ao dela”.
O historiador Vicente Salles conceitua Iara como a mais perfeita convergência cultural na mítica amazônica, reunindo figuras antológicas de vários continentes: Sereia, Ondina, Loreley, Mãe-d’Água, Iemanjá. É uma simbiose encantada de mulher tentadora, sensual, apresentada com rosto europeu e longos cabelos e que recorre à magia do canto para exercer a sua irresistível atração fatal sobre navegantes e moradores da beira-do-rio, preferencialmente jovens.
Os indígenas também possuem inúmeras entidades aquáticas, mas nenhuma delas com as qualidades malignas e fatais de Iara. Sempre encontram remédio para as maldades, sublimando inclusive a morte. Para eles, o rio representa a fonte de sobrevivência e não da morte no “espelho do amor”. Por outro lado, o índio não reprime a sexualidade pelos arreios da sua cultura ou da civilização cristã do branco, razão pela qual não se vale de entes sensuais na sua mitologia. Sempre cita a beleza das cunhãs como referência estética e não como objeto da libido. A sua Mãe-d’água é a guardiã dos rios, bondosa e se materializa nas plantas e flores aquáticas que alimentam os peixes, segundo lendas da algumas tribos.
Raimundo Moraes credita às leituras da Odisséia de Homero, feitas pelos colonizadores lusitanos, a lenda da Iara, configurada como uma linda mulher, metade gente e metade peixe, belos cabelos compridos, busto cheio e cauda de escamas multicoloridas, que vive nas margens dos rios e igarapés, seduzindo o caboclo para arrastá-lo ao fundo das águas. O pesquisador diz que a entidade também pode materializar-se em forma de lontra, no perfil de garça ou sob as penas da cigana para encantar o ribeirinho.
As observações do historiador repousam em pesquisas feitas na região amazônica e na leitura dos clássicos da literatura universal que apontam convergência entre a mitológica Sereia e a Iara amazônica. Navegador por excelência, o colonizador português assimilou as lendas do mar e trouxe para cá suas tradições seculares. Os Lusíadas, de Luís de Camões, menciona várias vezes a presença de Sereias na rota dos navegadores lusitanos, lembrança de outros autores clássicos como Virgílio (Eneida), Heródoto (Epítetos) e Homero (Ilíada e Odisséia). Todos se referindo à figura sedutora e fatal da entidade similar, ora na forma de mulher, ora feita ave ou animal anfíbio.
O Barão de Santana Neri, falando sobre o folclore brasileiro, descreve Iara como uma mulher branca, de olhos verdes e cabeleira loura, conceitos pesquisados nos Estados do Pará e Amazonas. Diz ainda que sua beleza física, seus métodos de sedução e sua residência submersa revelam origem alienígena. A oferta de tesouros e palácios, por exemplo, também confessa uma cultura importada, vez que os aborígenes desconheciam esses valores. Já o folclorista Câmara Cascudo, cobra possível contribuição do negro na lenda da Iara, lembrando a sereia africana Kianda e até a figura poderosa de Osum, orixá dos lagos, lagoas e rios, da teogonia negra. Iemanjá, deusa das águas, também é lembrada como inspiradora do mito amazônico. Contudo, s Mães-d’água africanas, com suas liturgias e rituais em nada lembram a nossa deusa das águas, a não ser a morada.
O mito da Iara, aliás, como já foi dito, pode ser reconhecido em várias culturas. Na Espanha chama-se Sirena; na Grécia, a mitológicas Nereidas; na Alemanha, a nórdica Loreley; a Kianda africana e a portuguesa Sereia, criaturas das águas que enamoram os homens e os levam à morte. Mas o seu estereótipo físico e malévolo garante a origem portuguesa do mito amazônico, inspirado nos cantos de Homero e nas esculturas de Praxíteles e Escopo. O colonizador, que chegou com a fé cristã e os costumes europeus, também trouxeram na bagagem suas lendas, mitos e superstições, muitas delas modificadas ao longo do tempo na convivência cabocla, que lhes emprestou e recebeu valores, coroando a fronte da Iara com flores lilás do mururé, por exemplo.
A suprema sabedoria do amazônico, que soube usar a lenda do Boto para aplacar a ira de maridos traídos e pais enganados, quando suas mulheres ou filhas engravidam fora do domínio doméstico, também justifica na sedução da Iara a fuga ou o desaparecimento de seus entes queridos.
Pontos Cantados
Iara, deusa sagrada
dos rios, dos manjerais
Iara, deusa sagrada
flecheira de Oxalá
nas matas que ela domina
não deixa filhos tombar
Oh Juremá, lara lara lara
Oh Juremê lere lere lere
Oxum lá nas cachoeiras
nas águas de Oxalá
Cabocla das Cachoeiras
É sereia em alto mar

Oh Juremá, lara lara lara
Oh Juremê lere lere lere...............................♥bbitenco@hotmail.com

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Macumba pega?


Macumba pega?
Uma das grandes polêmicas dentro do meio espiritualista é: macumba pega? Em primeiro lugar, vamos definir o que é macumba para, depois, analisar a questão sob uma ótica teísta. Afinal, para os ateus, tudo não passa de besteira.
Macumba, em si, é o nome de um instrumento musical parecido com o tambor. Logo, macumbeiro é quem toca esse instrumento. No entanto, a imensa maioria das pessoas sabe apenas que macumba é um feitiço. O próprio dicionário Houaiss possui esta versão: "em sentido lato, magia negra, feitiçaria; feitiço, despacho".
Com a chegada dos escravos ao Brasil, eles trouxeram junto consigo a religiosidade praticada na África. Por ser uma crença diferente do cristianismo praticado pela sociedade brasileira, os cultos afro passaram a ser vistos como porta de comunicação com demônios. Nisso, os senhores de engenho começam a permitir o culto aos orixás apenas se os sacerdotes (babalaôs) fizessem trabalhos para prejudicar seus desafetos. Como uma das bases da ritualística afro era justamente a utilização de instrumentos de percussão, o termo "usar macumba" passa a designar toda espécie de ritual de cunho afro-religioso.
Feitas as apresentação com o real sentido do termo macumba, vamos usar o lugar comum para responder à questão "macumba pega?", partindo de três pressupostos:
1) As energias do universo funcionam através da vibração. A física secular nos diz isso, mostrando que nenhum átomo está parado. Tudo se mexe incessantemente. Pensamentos, sentimentos, atitudes e ações geram uma vibração própria, não quantificada. Por exemplo, sabemos que o amor gera uma tipo de vibração x, enquanto o ódio gera um movimento totalmente inverso. Ainda não conseguimos medir essa movimentação, mas sabemos que elas são diferentes.
2) O funcionamento do nosso corpo produz um campo energético em nossa volta. Conhecemos esse "escudo" como aura, possuindo 7 camadas diferentes que se interpenetram. Como são feitas a partir da nossa energia, elas vibram conforme nós agimos, sem exceção.
3) Dentro da espiritualidade, ao contrário da física, semelhante atrai semelhante. Pessoas que sempre estão de bom humor, receptivas para a felicidade, atraem para sua volta homens e mulheres alegres. E o contrário funciona da mesma forma: os mal-humorados que se cuidem, pois seu os sentimentos negativos que cultivam retornam para si.
Vamos exemplificar com um trabalho (não vou explicar como fazer. Por motivos mais do que óbvios): o fulano de tal quer um cargo x dentro da sua empresa. No entanto, esse cargo está sendo ocupado pelo siclano que realiza muito bem o seu trabalho.
Vendo que não vai ter chance tão cedo, o fulano resolve procurar um mago para tirar o siclano da empresa. Esse mago vai condensar essa raiva, inveja, ódio, utilizando símbolos e elementos adequados, para multiplicar essa energia e jogá-la contra o desafeto da pessoa que pagou pelo ritual.
Para que o trabalho faça efeito, o alvo precisa estar na mesma faixa vibratória do que a energia que foi usada, portanto, começa a ser feito um trabalho de baixar o nível vibracional da pessoa com problemas no dia a dia que começam a tirar o bom humor e paz da vítima. Com isso, logo podem começar a surgir problemas em casa, no próprio trabalho ou na vida pessoal do nosso amigo siclano. Em pouco tempo, o corpo físico passa a adoecer e, por fim, perde o emprego para o fulano.
Aí vem a questão: é tão fácil assim? Deus é tão injusto que uma pessoa pode ser prejudicada sem chance de defesa? Calma, pequeno gafanhoto, óbvio que o Pai não é injusto nem é um processo fácil.
Jesus disse:"Vigiai e Orai, para não cairdes em tentação".(Mateus, 26,41)".
Quem mantém a vigília sobre seus atos diários não abre espaço para que essa energia possa agir. Concordo plenamente que é complicado estar sempre de bem com a vida (para não dizer quase impossível) mas a maneira como a gente processa as dificuldades define se podemos ser, ou não, prejudicados por uma feitiçaria. Por mais que uma pessoa tenha problemas, ela tem algumas armas nas mãos: levar a vida com bom humor; não cultivar sentimentos como ódio, rancor, raiva, inveja ou assemelhados dentro de si; buscar sempre uma solução pacífica e correta para os seus problemas e, principalmente, a oração.
Rezar, ou seja, abrir o seu coração para Deus é a defesa mais oficiente de todas. Quando oramos, a gente eleva nosso tônus vibracional, deixando para trás as energias que podem estar nos prejudicando.
Injustiça não existe. Deus não trabalha com esse conceito. Por isso, a responsabilidade sobre a "macumba pegar" é nossa, pois, de alguma forma ou outra, abrimos brechas para que essa energia possa nos prejudicar.
Claro, o mago que fez o trabalho e, principalmente, a pessoa que pagou para que ele fosse feito vão receber de volta as energias que enviaram três vezes mais forte através da lei da Causa e do efeito: como eles causaram dor, vão receber de volta dor.
Se a pessoa que foi alvo do nosso exemplo acima cultivar o bom humor, a oração e levar uma vida correta, a descarga de energia que foi direcionada para ele vai simplesmente "quicar" na sua aura e voltar para aqueles que as enviaram. A única diferença no retorno para quem quis o prejudicar é a velocidade do "pagamento".
Mais uma coisa: se a pessoa fica sabendo do trabalho e devolve a energia com outra feitiçaria, está apenas se enfraquecendo perante a espiritualidade. Vingança não um caminho acertado. Se, por um acaso você ficar sabendo de algo nesse sentido, use a máxima de Jesus: "perdoai 77 x 7 vezes". Lembre-se: enviar ódio, raiva, rancor para algúem vai trazer tudo de volta para ti o mesmo, multiplicado por 3.
Para finalizar, eu deixo a pergunta: será que macumba pega em ti?
Dica da ColunaPara entender um pouco mais sobre a Umbanda, Orixás e linha dentro dessa religiosidade, um bom caminho para começar são os livros Serões de um Preto Velho e Umbanda, Essa desconhecida, ambos do gaúchos Roger Feraudy.
No primeiro, é relatado um suposto encontro entre um homem que busca a resposta para diversas perguntas que o afligem. Ao chegar no centro de Umbanda, dá de cara com um preto-velho que mostra o caminho que ele deve seguir.
O segundo livro segue o mesmo estilo, mas alguns conceitos mostrados na primeira obra são aprofundados e explicados melhor.....♥

Cosmogênese e Antropogênese


Cosmogênese e Antropogênese

Todas as religiões tem versões diferentes para a criação do mundo e da humanidade. Uns acreditam que o universo foi criado a menos de seis mil anos. Outros, que é simplesmente impossível quantificar a idade universal e o seu tempo de criação a partir dos conhecimentos mundanos. No entanto, as crenças têm um ponto de convergência: a criação universal foi um ato da vontade divina. E só pode ser desfeita caso Deus queira.
Um dos textos mais profundos que versam sobre o tema é a Doutrina Secreta, da mística e fundadora da teosofia Helena Petrovna Blavatsky. Segundo a autora, ela teria entrado em contato com as Estâncias de Dzyan, pergaminhos secretos que contém a essência do budismo tibetano. Ainda conforme a autora, esses manuscritos seriam escritos em folhas de palma que, através de um processo desconhecido, são à prova de fogo, ar e água.
O Hinduísmo, através do Bhagavad Gita, também dá uma versão interessante sobre o mito da criação: a inspiração e expiração de Brahman. Até mesmo a bíblia cristã, com suas alegorias quase inocentes, nos mostra como o universo deve ter sido criado dentro de uma visão religiosa. Nos próximos parágrafos, irei compilar os conhecimentos e apresentá-los aqui.
Antes do início dos tempos, Brahman (ou Parabrhaman) tinha todo seu ser contido em um único ponto no Vazio Absoluto. O Universo (criação) anterior havia entrado em colapso e a energia retornara novamente para sua forma virginal. Esse período onde não existe tempo nem espaço é conhecido dentro das tradições exotéricas como Inspiração de Brahman, quando o criador pega de volta toda a sua energia para um recomeço da criação.
Quande sente que está pronto, Brahman dá vida aos sete grandes Helohins (nas crenças afros, Orixás), que vão, através de entrecruzamentos, diminuir a vibração Divina até que pode entrar em contato com o resto da criação sem destruí-la.
Os sete heloins, ou orixás, são responsáveis por transformar a energia da criação em algo palpável. Na sua primeira manifestação, as entidades criadoras permanecem em estado virginal. E, através dos entrecruzamentos, começa a surgir a possibilidade da vida. Por exemplo: Ogum é o orixá da força e Xangô, da justiça. Apenas Força, sem direcionamento, não pode ser perene, pois seria como um trem desgovernado. A partir do momento em que a justiça entra de maquinista" esta força pode ser domada e, principalmente, utilizada para a criação dos seres vivos.
Os sete Orixás começam a lançar no Vazio a energia criada pelo Divino, dando forma e vida ao substrato universal. Dessa Forma, surgem as grandes estrelas (Fiat Lux) que, através de campos gravitacionais absurdamente grandes, juntam ao seu redor orbes de menor envergadura mas com potencialidades de receber a vida como conhecemos.
Depois da criação das estrelas, a poeira galáctica se junta através da atração gravitacional formando planetas que recebem energia diretamente do sol. A princípio, esses orbes estão a uma temperatura altíssima, sem possibilidade alguma de conceber a vida como a conhecemos. Depois de milhões de anos, as moléculas que se juntam formam uma gama de elementos e minerais, notadamente a água que vai resfriar um planeta, dando oportunidade para o surgimento de aminoácidos.
Contudo, o que vai iniciar a vida em si é o Fohat, a primeira energia viva que sai diretamente do Sol central para animar a matéria. Depois do Fohat, uma espécie de "iniciador", começa a chegar até o planeta o Prana, também energia pura que vai manter a matéria aglutinada energizada, permitindo a ascensão dos seres vivos em um planeta apenas mineral.
Vale ressaltar: estamos falando sobre a manifestação física da criação. Desde o início da Expiração de Brahman, quando surgem os sete Heloins (Orixás) a vida se manifesta no sentido espiritual da palavra. Dessa forma, durante milênios de entrecruzamentos energéticos já existe Vida e Consciência.
As moléculas minerais, sendo animadas pelo Fohat, começam a se juntar, formando células e seres cada vez mais organizados. Todo esse processo é controlado pelos Governantes Ocultos de cada planeta e levam milhões de anos de evolução até chegar ao primeiro ser pluricelular e seus sucessores.
A Terra - Antropogênese
Depois da formação do planeta terra, tivemos o aporte de diversas raças diferentes em momentos distintos da nossa história.

A evolução dentro do planeta terra se dá por Raças-Raiz, ou seja, grande agrupamentos de seres com afinidades em comum. Cada uma dessas raça-raiz passa por sete sub-raças antes de evoluir para a próxima.
1º Raça Polar ou dos "Els" (vindos de Deus): a primeira raça-raiz a habitar a terra não possui um nome conhecido. Eram grandes seres sem corpo físico nem uma mente individual. Sua reprodução se dava por cissiparidade, ou seja, eles simplesmente se dividiam em dois para formar um novo ser vivo. Eles não desapareceram, mas sim, se converteram na próxima raça-raiz.
2º Hiperbóreos: não tinham corpo físico, servindo de elo de ligação entre o plano astral e material. Eram assexuados e seus nascimento se davam através de brotamento, revelando um forte caráter vegetal nessa raça.
3º Lêmures: a partir dos lêmures, que viviam no continente perdido de Lemúria, a humanidade se torna cada vez mais "material". Em suas primeiras sub-raças, os lemurianos eram hermafroditas. No final da era dessa raça-raiz, o homem já adquiriu a reprodução sexuada e está materialmente conectado com o planeta.
4º Atlantes: a quarta raça-raiz é a mais conhecida entre as pessoas. São os famosos Atlantes que já tinham a separação dos sexos, reprodução sexuada, eram totalmente materiais (deixando para trás o caráter astral das outras raças) e formaram grandes imperios. Foi na época dos Atlantes que chegaram ao planeta Terra milhões de espíritos oriundos de um orbe com evolução superior ao nosso: Capela. Esses espíritos foram expulsos daquele planeta por estarem em desacordo com as normas evolutivas de lá. Eram desajustados e rancorosos mas, ainda assim, evolutivamente superiores. Ao chegar aqui, troxeram na sua bagagem astral conhecimentos superiores. Muitos continuaram desajustados e acabaram por convencer a maioria dos atlantes a agir como eles. Dessa forma, Atlântida foi destruída. Os poucos sobreviventes ajudaram a forma a próxima raça-raiz.
5º Arianos: sem a conotação racista que foi dada por Hitler, os Arianos são a raça-raiz atual, portanto, podem ser negros, brancos, vermelhos, amarelos e suas variantes.

Para finalizar: uma ronda planetária é o tempo que um planeta leva para subir de degrau evolutivo. Dentro de uma ronda existem sete raças-raiz. Atualmente, o planeta terra está gerando, em conjunto, a sexta e a sétima raças, como forma de aumentar a velocidade da evolução planetária. Para tanto, a Providência Divina está trazendo para a Terra espíritos moralmente mais evoluídos de outros orbes. Essas crianças, que começaram a encarnar por aqui, em menor número, depois dos anos 80 do século assado, começaram a aportar em maior quantidade depois dos anos 90 e nascimentos em massa começaram a ser registrados depois da virada do século, sendo conhecidos como Seres Índigo ou Cristal, que é o tema da próxima coluna.♥

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Animais Sagrados 

“Se você falar com os animais, eles falarão com você.
E assim, vocês conhecerão um ao outro.
Se você não falar com eles, não os conhecerá...
...E aquilo que você não conhece, você teme.
... E aquilo que se teme, se destrói.”


Em todas as tradiçoes xamânicas os animais são vistos como arquétipos, símbolos de energias que existem e que podemos encontrar e manifestar dentro de nós.

E como arquétipos energéticos, cada pessoa tem seu "Animal de Poder", “Animal Negro”, “Animal Dourado” e seu “Animal Alado”, que correspondem às características que aquela pessoa necessita desenvolver, aprender e manifestar em si, em determinado momento de sua vida.

A sabedoria existente em um animal específico, não está necessariamente ligada com sua aparência ou com os pré-conceitos e crenças criados a respeito do mesmo pelo homem, e sim pelo seu poder natural.

ANIMAL DE PODER

Todos nós possuímos apenas um. No contexto de cura do Grande Espírito ele representa nosso ego e características da nossa personalidade. As personas (máscaras) que usamos, nossas habilidades conhecidas e aquelas a que ainda não tivemos acesso.

ANIMAL NEGRO

Significa “o nosso lado negro”, a única força existente em nós que consegue combater a força da magia negra. Este animal recebe e compartilha esta força da Mãe-Terra. Representa nossa sombra, nosso lado escuro, que ao ser iluminado pela luz do conhecimento nos remete a transformação. Todos nós possuímos um lado negro e um lado de luz. Quando negamos essa energia existente em nós humanos, não permitimos o nosso crescimento e as soluções de todos os nossos problemas.

ANIMAL DOURADO

Representa nossa cura interna. A luz dourada da sabedoria. Significa todos os nossos conhecimentos adquiridos em todas as vidas. É o elo de proteção do nosso eu com o Grande Espírito.

ANIMAL ALADO

Nosso animal espiritual. Ele traz a visão transcendente da situação e o poder para resolvê-la. Nos ajudando a ir além de nossa visão pessoal, a encontrar as soluções através dos arquétipos, forças sagradas e divinas.

Tanto o Animal de Poder, como o Animal Negro, Dourado ou Alado, é que escolhe a pessoa e não o contrário. Através de uma jornada xamânica a toques de tambor o animal se apresenta para a pessoa. É importante não deixar que o ego interfira no seu processo de encontro com o Animal Sagrado. Muitas vezes a pessoa deseja que seu animal seja o mais bonito ou mais forte em sua opinião, e esses desejos do ego acabam atrapalhando a apresentação do animal que ela realmente necessita.

É importante lembrar que nenhum animal é melhor ou pior que outro.

Uma vez que descobrimos nossos Animais Sagrados, devemos estabelecer um relacionamento com os mesmos. Devemos invocá-los, ao realizar nossas tarefas do dia a dia, visualizá-los freqüentemente perto e dentro de nós, e buscar aprender a desenvolver e manifestar suas características. Lembrando sempre que ao invocar o Animal Sagrado, seja o de Poder, Negro, Dourado ou Alado, não invocamos algo que vem de fora, e sim a energia animal que está dentro de nós.

Outro motivo de confusão no meio xamânico é quanto ao termo “Totem”. Conforme trilhamos o Sagrado Caminho do Xamanismo, aos poucos, vamos construindo nosso Totem Sagrado, que corresponde na verdade, à unificação dos Animais Sagrados, dos Animais Guardiães das Quatro Direções e os Animais dos Clãs, que vão se associando ao nosso Eu Xamã e formando assim, nossa Identidade Xamânica. Apenas um xamã experiente e com vários anos de caminhada pode afirmar que possui um Totem desenvolvido.

Mesmo após desenvolvermos um Totem Sagrado, outros animais ainda podem se apresentar para determinada pessoa, dependendo do trabalho que a mesma está realizando ou vai realizar. Estes animais são conhecidos como “Animais Auxiliares”.

É muito importante estarmos atentos aos sinais e mensagens que o arquétipo do animal está nos passando. Eles podem aparecer em sonhos, jornadas, no dia a dia, na mente, através de um filme, desenhos, pinturas, ou através de outros meios.

E se quisermos realmente compreender as características de um determinado animal, devemos estudá-lo, para entender o que ele tem para nos passar. Estudar seu habitat, hábitos, o que come, medos, presas, sons que manifestam e outros detalhes, será a oportunidade de aplicarmos seus ensinamentos em nossas vidas.

ALGUNS ANIMAIS E SEUS SIGNIFICADOS

Na perspectiva xamânica todos os animais são considerados sagrados e todos trazem um significado e valor espiritual específico. São reverenciados e honrados por diversas culturas antigas e por todas as tradições xamânicas do mundo.

PAVÃO

O Pavão simboliza bondade, generosidade e magia. Ele possui um antigo conhecimento de magia e é capaz de trabalhar a energia para criar tudo o que quer.

Na Índia suas penas são utilizadas para afastar espíritos malignos. No Xamanismo Ancestral existe o Clã do Pavão, que rege o elemento Fogo.

Este animal também nos trás o senso da bondade, generosidade e capacidade de abarcar a vida.

Passáro grande e gracioso, o Pavão vive num corpo no plano terrestre e que precisa aproveitar sua capacidade para manifestar prazeres hedonísticos. Sua forma é bela, mas ele não esta apegado a ela: estar em um corpo é como usar uma máscara. Quem domina a arte de pôr e tirar as máscaras quando bem entende vive no corpo com uma liberdade que lhe permite brincar.

O Pavão tem muito a nos ensinar sobre humor, o tipo de humor que nos impede de abusar do poder. Possui o dom de pegar as coisas no ar. E como todos os dons, deve ser tratado com gratidão e alegria. Pois há uma grande generosidade nesse modo de ser.

LOBO

O Lobo simboliza inteligência, sabedoria e cura, ele partilha sua energia com os demais.

Ele é o arquétipo do professor, precussor de novas idéias. Ele sai, aprende e volta ao seu clã para ensinar o que aprendeu.

O Lobo quando encontra e escolhe uma parceira geralmente é para o resto da vida, é ligado à família, embora mantenha um caráter individualista e solitário.

A energia desse animal nos ensina a buscar nossa verdadeira matilha, nosso clã, família ou escolher um(a) companheiro(a) que possa acompanhar esse novo ciclo. Mas também importa, acima de tudo, em isolar-se de forma que possa escutar sua voz interior. Podendo ser um isolamento em algum Lugar de Poder, ou se não for possível esse isolamento, busca pelos ensinamentos sagrados nos quais acredita que a sua voz interior possa vir a manifestar-se com clareza. Busca sua intuição. Com certeza, se há algum impasse, ao invocar a energia do Lobo como Animal Sagrado, o xamã será impelido a aprender com sua própria sabedoria, ou com a sabedoria ancestral. Aprender a escutar sua própria intuição e voz interior.

CAVALO

O Cavalo simboliza liberdade, força e poder. Seu poder não esta ligado à espiritualidade, não tem nada a ver com nenhuma doutrina ética, não é símbolo de nenhuma ideologia.

O Cavalo significa poder interior, liberdade de espírito, viagem xamânica, força e clarividência. Nada encarna melhor o espírito de liberdade do que os Cavalos selvagens. Para os xamãs, são considerados veículos seguros para viajar tanto no mundo físico quanto no espiritual. Esse animal está relacionado ao planeta Marte, que nos Vedas (escrituras sagradas) exterioriza o arquétipo de Agni (Deus do Fogo), sendo o fogo um dos elementos mais poderosos da natureza. Agni reje os rituais, as celebrações e as cerimônias sagradas.

ÁGUIA

Águias são consideradas um bom augúrio. Elas representam a proteção, sabedoria, abundância, força, espiritualidade. Muitos xamãs dizem que quando se está rezando ou fazendo cerimônias, e elas aparecem no ar, significa que as preces serão atendidas. A Águia carrega nossas preces diretamente para o Grande Espírito.

Ela fala da energia e poder das Quatro Direções, do fluxo sagrado. Ela fala da verdade que ecoa em nossos corações e espíritos. E ela fala em andar na beleza.

A Águia é a mestra das alturas, ela mantém um perfeito equilíbrio entre a Terra e o Céu. Representa a energia solar. É o equilíbrio de três energias: o Céu simboliza nossa natureza espiritual, a Terra nossa natureza física e o Sol energia de vida. A águia guia e traz equilíbrio e harmonia entre essas tres forças essenciais.

A Águia nos ajuda a ver acima da ignorância, ela é a conexão do Eu Inferior com o Eu Superior. Os nativos norte-americanos dizem que ela voa perto do Sol, significando a iluminação do Grande Espírito. Ela ensina a atacar com coragem o medo do novo, do desconhecido, para conhecer novos horizontes, a ir por níveis superiores de consciência. É o simbolo da liberdade.

A Águia tem sido cultuada e reverenciada por muitos povos há milênios. É incontestável a força do seu simbolismo no inconsciente coletivo da humanidade. Curandeiros e xamãs usam suas penas como um importante instrumento de poder curativo.

Com os olhos da Águia podemos ver com a visão da luz solar clareando a verdade na escuridão da ilusão. Esta visão clara permite-nos ver à distância, para enxergar a nossa própria vida, livre de preconceitos e preocupações. Permite-nos voar longe dos limites dos detalhes, focando as coisas mais importantes e, desenvolvendo nossos espíritos.

A Águia ensina a ampliar a percepção sobre nós mesmos além dos horizontes visíveis.

TUBARÃO

O Tubarão simboliza a morte, a transformação. Trata-se de um animal predador, que significa audácia, coragem, velocidade, astúcia, agressividade, e acima de tudo poder sobre a morte.

Ele é o rei dos mares, o símbolo sagrado de Netuno, o Deus dos Oceanos e representado como o Deus Varuna, na Mitologia Hindu. O Tubarão nos faz despertar para o triunfo. A morte representada por este animal esta relacionada à transformação. Somente podemos emergir para a superfície, para Luz, quando ultrapassarmos os limites mais sombrios do fundo do oceano, nossos sentimentos mais intrínsecos. Morrer para reviver.

A energia de transformação do Tubarão consiste em jogarmos para fora tudo que não nos serve mais, e aceitar a morte como estado de transformação e triunfo.

GOLFINHO

Os Golfinhos são mamíferos marinhos muito sensíveis, brincalhões e desenibidos - e tem muito a nos ensinar sobre a pura alegria de viver.

O Golfinho rege a comunicação, que consiste de certos padrões e regras. Padrões e regras que ao observarmos, notaremos que sua comunicação com os demais é realizada através de padrões e ritmos, necessários para ocorrências de palavras. As pausas entre os sons também fazem parte da linguagem. Graças à sua facilidade de comunicação é considerado o "Hermes do Mar". É próprio do golfinho, como Animal de Poder, perceber a continuidade em todas as ações da vida. Quando nadamos no mundo dos golfinhos valorizamos mais a simplicidade, alegria, as realidades material e espiritual, assuntos como telepatia (como tipo de comunicação) e viajens e experiências xamânicas, devido sua ligação com viajens oceânicas em grupo.

TIGRE

O Tigre é o animal mais feroz, enfrenta inclusive o Leão, que é considerado o rei das florestas. Ele é um animal felino. Representa beleza, vaidade, astúcia, inteligência e coragem. Um caçador nato, porém solitário e silencioso.

De tão grande, ele chegando a medir em média três metros de comprimento e a pesar quase quatrocentos e sessenta quilos.

No Xamanismo Ancestral o Tigre possui um simbolismo muito importante, ele serve de acento para Shiva Shankara, o Pai-Céu, significando que Shiva dominou às forças da natureza!

O Tigre é um animal de aproximação lenta, de preparação cuidadosa e que aproveita as oportunidades para atacar, chegando a alcançar oitenta quilômetros por hora em suas cassadas.

Por ser possuidor de uma força muscular imensa, é capaz de correr distâncias para perseguir suas presas. Ele estuda suas presas e também seus inimigos. Possui uma audição fora do comum, olfato aguçadíssimo e visão seis vezes maior que a do ser humano, principalmente à noite.

Este animal nos ensina a ter foco na vida e paciência. É um animal independente e muito confiante.

ONÇA PINTADA

A onça é um animal deliberadamente solitário. É astuciosa, observa os movimentos da presa antes de atacá-la. Possui a capacidade de aprender e conviver consigo mesmo e a não depender dos outros para atingir seus objetivos. Ensina a conquista do nosso espaço, a cautela, o saber agir, a habilidade e a agilidade.

Para muitos xamãs, suas presas são utilizadas como poderosos amuletos, como também serve de troféu para grande guerreiros.

CASTOR

O Castor como Animal de Poder nos ensina a arcar de modo criativo com as responsabilidades do dia a dia. Ele nos ajuda a sermos mais produtivos e diligentes em nossas atividades. O Castor faz o que precisa ser feito, sem desperdiçar energias com procrastinações. Ele estimula a criatividade nas tarefas mais humildes e usa seus instintos para realizá-las com o máximo de eficiência, pois é muito diligente e adora trabalhar. Como Animal de Poder, o Castor nos ensina a trabalhar em equipe já que, no desenvolvimento de seus projetos de construção, todas as contribuições se equivalem e toda ação desempenha uma função necessária: na comunidade de castrores, todo mundo é artista ou projetista. O Castor sintetiza o ditado: “Antes da iluminação, corte a lenha e carregue a água; depois da iluminação, corte a lenha e carregue a água”.

LAGARTO

O Lagarto é um animal muito tímido, suas lições falam de solidão, de alienação e de auto-imagem negativa. O Lagarto é solitário por natureza. O Lagarto é parente do camaleão, embora seu habitat não lhe proporcione tantas oportunidades para se esconder de seus predadores. Assim como o camaleão muda de cor de acordo com o ambiente, o lagarto muda de aparência durante toda sua vida. Como Animal de Poder, o Lagarto fará que entendamos nosso processo evolutivo e como precisamos desenvolver nossa forte couraça para garantir nossa sobrevivência nessa existência material. Protegido por sua forte couraça, este animal nos remete a entender Quem Realmente Somos por baixo de nossa couraça e a explorar nosso próprio processo de autoproteção, que nos acompanha desde que nascemos. Compartilhando nossa história de vida com o Lagarto, observaremos que nosso corpo e nossa alma se lembrarão, no nível celular, de um tempo em que ainda não precisámos de proteção - da couraça invisível que nos servia de escudo. Esta é uma oportunidade maravilhosa para participar de nossa própria evolução. No espaço seguro que o Lagarto nos proporciona, podemos sair da couraça protetora que criamos, assim como o Lagarto muda de pele, mesmo que seja temporariamente.

GUEPARDO

O Guepardo, também conhecido como Chita, é o mamífero mais rápido do mundo, podendo alcançar cerca de cento e dez quilômetros por hora.

O Guepardo é um felino solitário, possui pernas longas e é muito flexível. Sua presa favorita é a gazela de Thomson.

Como Animal de Poder o Guepardo nos remete a vontade de conquista, com rapidez e eficácia!

Xamãs Guepardo são hábeis e possuem pensamentos rápidos, porém, tendem a se isolar, não para se afastar de seus compromissos de vida, aliás, são muito comprometidos por sinal, mas para tornar-se seu próprio analista, para observar sua trajetória de vida e se preparar para o próximo combate, onde a estratégia e rapidez serão suas principais táticas.

CORUJA

A Coruja é um dos passáros mais controversos, que evoca uma série de associaçoes que vão desde morte e medo até sabedoria, proteção e vitória.

Muitas tradições xamânicas vêem na Coruja o símbolo da morte. No entanto, ela nos fala de mudanças e transformações e nos ajuda a superar o medo da transformação que chamamos morte.

A Coruja é uma silenciosa caçadora noturna, que percorre a mais densa floresta. Embora mais conhecida por sua aguçada visão noturna, ela enxerga muito bem à luz do dia.

No Xamanismo Ancestral existe o Clã da Coruja, que rege o elemento Ar. A Coruja é a passagem para o desconhecido. Esta ligada à verdadeira alquimia, que consiste em pegar o material bruto de que somos feitos e nos transformar em ouro alquímico - a pedra filosofal, a iluminação.

LAGARTIXA

A Lagartixa pertende à familia dos lagartos.

No xamanismo representa otimismo, adaptabilidade, regeneração, sonhos, renovação e transformação.

As Lagartixas podem subir paredes - inclusive de vidro - e até andar sobre tetos, graças a uma força intermolecular que elas possuem, estabelecidas pelas cerdas existentes em suas patas.

Outra curiodidade é que algumas espécies apresentam capacidade de camuflagem similar à do camaleão. Em outras espécies, as Lagartixas comunicam-se entre si através de ruídos - o que não é muito comum entre lagartos.

Interessante que em alguns países a Lagartixa é tratada como animais de estimação, o que no Brasil não é muito comum.

Como Animal de Poder a Lagartixa nos remete à capacidade de adaptabilidade, ou seja, o xamã que se adapta a qualquer lugar ou situação, sem falar da questão relacionada à regeneração, pois a Lagartixa regenera sua cauda de maneira surpreendente, caso ela a perca. Neste caso, simboliza o xamã que combate as influências de espíritos libertinos, e sempre após um combate espiritual o xamã possui a capacidade de recuperar sua energia vital.

ARANHA

A Aranha é um Animal de Poder muito reverenciado por várias tradições xamânicas do mundo inteiro como tecelã do Universo.

Apesar de existirem uma série de espécies de Aranhas, formatos, tamanhos, cores e etc, em geral, ela nos ensina a persistir na realidade presente e, ao mesmo tempo, compreender nossa relação individual com a totalidade da criação – sua teia é uma metáfora dos pensamentos que expressam nossa paisagem interior. Para muitos xamãs, a Aranha é um dos mais antigos dos seres. Para algumas tradições, o nosso mundo surgiu em consequência da teia que ela teceu no Princípio. Para algumas tradições africanas ela representa um inseto e como tal um animal intruso.

Já no Xamanismo Ancestral, a Aranha é associada à Deusa Maya, ou seja, à ilusão da realidade tridimensional.

PELICANO

O Pelicano como Animal de Poder simboliza um tipo de alimento e proteção para a nossa criança interior.

O Pelicano é uma das poucas criaturas da Terra que quase não sofreram alterações desde os tempos pré-históricos.

Ele é uma ave aquática que, segundo uma lenda xamânica, amava tanto os filhotes que os alimentava com seu próprio sangue, abrindo o peito com o bico para esse fim. Essa é uma das mais conhecidas alegorias de Cristo (...)

A fêmea do Pelicano protege os filhotes com determinação implacável, sabendo que só ela os protegerá. Por isso, é feroz, firme e irredutível. Proteger os filhotes é sua missão e ela é motivada por um saber puramente instintivo, maternal e primordial. Mesmo quando tudo está perfeito, ela tem que avançar mais um passo.

BEIJA-FLOR

O Beija-flor é uma das raras aves que exterioriza muita delicadeza e suavidade.

No xamanismo o Beija-flor simboliza cura, amor romântico, claridade, graça e proteção espiritual.

O xamã que tem no Beija-flor seu Animal de Poder é uma pessoa que busca sem cessar o contato com sua energia interior, com a sua magia e que busca muito a contemplação e a unicidade com o meio-ambiente. O xamã Beija-flor é um mensageiro do Grande Espírito, que veio para trazer a mensagem de cura para a humanidade, para curar suas doenças emocionais. Este Animal de Poder nos dá claridade para enfrentar os obstáculos da vida com muita serenidade e autoaceitação.

O Beija-flor nos ensina a suavidade do viver. Viver contemplando tudo que há, todas as pessoas, a humanidade e principalmente nos remete a buscar nosso estado de graça universal.

A proteção espiritual também é um aliado muito forte deste Animal de Poder, já que ele atua como arquétipo do amor as energias e fluidos que ele capta sempre são energias de altíssima frequência vibratória. Assim sendo, ao meditarmos no Beija-flor unimo-nos à egregora do Amor Incondicional, que sustenta todo este Universo – manifesto e imanifesto.

URSO

O Urso é um dos mais antigos seres totêmicos de que se tem registro, nos oferencendo alimento, força, proteção e sabedoria. Muitas culturas indígenas possuem mitos e costumes que demonstram grande respeito pelo Urso. Antigas lendas xamânicas falam de um tempo em que as pessoas dividiam as cavernas com seus parentes Ursos.

No Xamanismo Ancestral a Ursa é a guardiã do chakra do coração da Mãe-Terra. E por isso, o Urso assume o arquétipo do animal protetor no Xamanismo.

O Urso como Animal de Poder nos leva a sentir verdadeiramente em cada célula de nosso corpo a batida do coração da Mãe-Terra, e uma vez que sentimos esta batida nunca mais esqueceremos este ritmo que nos liga a todas as coisas. O corpo emocional, ligado ao chakra umbelical é muitíssimo beneficiado pelo reconhecimento do seu elo com essa pulsação.

GATO

Muitas tradições xamânicas não trabalham o Gato como Animal de Poder, exatamente por este ser um animal já domesticado e muito ter perdido sua vida e habitat selvagem.

O Xamanismo Ancestral não descarta a possibilidade de nenhum animal tornar-se um Animal de Poder. Assim, para os xamãs ancestrais, o Gato doméstico é o animal que mais exterioriza o arquétipo do sensitivo. Pois os Gatos em geral são extremamente sensitivos.

Os Gatos são independentes e não podem ser controlados, o que lhes dá um ar de mistério e alimenta sua reputação de amigos das bruxas. Certas criaturas, geralmente animais, são ajudantes e companheiras de quem trabalha com magia: é o caso dos Gatos. Ao contrário de outros animais, os Gatos não tem medo de seres espirituais invisíveis e têm uma excelente comunicação telepática com os seres humanos.

BÚFALO

O Búfalo é muito diferente do touro. O touro está ligado à força física. O Búfalo resgata não apenas a questão do limite físico mas também de reverência e contato com seus ancestrais. Toda questão de limite e respeito está ligado inconscientemente aos nossos ancestrais.

O Búfalo é o Animal de Poder do xamã que busca um caminho de harmonia no Grande Mistério. Os ensinamentos deste Animal de Poder tratam de questões ligadas à reverência e ao sagrado. Ele traz também um senso de força feminina, ligada à força da Mãe-Terra. A questão do sagrado relacionado a este animal está ligado à oferendas, porém, a oferendas de ensinamentos, ou seja, este é o Animal de Poder de pessoas que doam seus ensinamentos à comunidade e às pessoas à sua volta.

CHACAL

O Chacal é o senhor do submundo. Ele é comparado ao Deus egípcio Anúbis. Anúbis é o guardião dos mortos. A reverência ao Chacal, por algumas tradições se dá, pelo fato dele sempre conseguir invadir tumbas e túmulos sagrados, para se alimentar da carne dos cadáveres, mesmo estes possuindo uma alta segurança.

É um animal muito esperto, cauteloso, rápido e estrategista. Ele é o ancestral direto do lobo, porém, diferente na simbologia. O Chacal vive em grupo apenas quando elege uma parceira, e esta dá à luz filhotes. Geralmente é um animal muito solitário e procura suas presas geralmente à noite. Ele é conhecido nas florestas pelo seu uivo, que marca o despertar do sol, simbolizando para muitas tradições, que as sombras da escuridão noturnas já se foram.

Este é o Animal de Poder de muitos xamãs feiticeiros. Ele nos proporciona a chance de adentramos a essência da magia, aplicando-a para transformar as feridas em antídotos capazes de curar a alma do sofrimento da morte.

CACHORRO

Normalmente, os animais de poder são selvagens, e não domesticados. Pessoas podem ter Cachorros ou gatos como totem, porém estes poderes se manifestarão de uma forma mais suave. Devem então procurar relacionar o Cachorro com qualquer outro da família canina, como o lobo, coiote ou o chacal. O mesmo ocorre com os gatos, relacionados com a família felina.

Pessoas que possuem fortes ligações com os cães em geral são pessoas que acabam incorporando as características e qualidades deste animal, tais como: fidelidade, proteção, carinho, amor, companheirismo e territorialismo.

SERPENTE

A Serpente é a personificação de uma força, de uma inteligência, sendo a Naja a mais letal entre as Serpentes.

A muito tempo este Animal de Poder representa o emblema da força energética e da sabedoria de diversas escolas de misticismo e ocultismo do passado e da atualidade. Aperece na coroa dos faraós egípcios e demais impérios do passado, representa o Eu Inferior Oculto, que é a mente subconsciente ou inconsciente.

No Xamanismo Ancestral este Animal de Poder é um grande aliado de cura, ela é poderosa e indispensável. Ela tem a capacidade de devorar doenças comendo tumores e outros patógenos virulentos, pois o organismo da Serpente não é vulnerável às mesmas doenças que os nossos. À medida que for desenvolvendo sua relação com essa nova aliada, pergunte a ela quando o uso desse poder é indicado. É importante observar que o veneno da Serpente, embora sempre tóxico, é útil à produção de vários tipos de remédios.

O xamã Serpente deve sempre procurar presentear este seu Animal de Poder, pois estes presentes sempre serão oportunidades do xamã lhe presentear com coisas que já não lhe servem mais, alguma coisa que não queira, como uma doença, comportamentos indesejados ou hábitos e pensamentos negativos. Antes, certifique-se de ter escolhido algo que a Serpente esteja disposta a devorar naquele momento.

No R’XA (Reiki Xamânico Ancestral) a Serpente está associada ao chakra básico e à kundalini.

A kundalini tem um simbolismo voltado para a Serpente exatamente por ela ser representada como uma Serpente adormecida, enrolada na base da espinha (coluna vertebral) – desperta. Como resultado, abre-se o acesso à corrente espinhal de energia, permitindo que se tenha contato com a energia da força vital, que tudo cura. Seu coração entra em contato com seu Eu Superior e a serpente cria um canal direto entre seu coração, no Eu Inferior, com sua Consciência Cósmica.

E saiba que a Serpente é o centro de nossa força vital, assim como o rio Ganges é a corrente espinhal da Mãe-Terra.

COBRA

As Cobras diferem das serpentes. Ela simboliza a cura física, mental, emocional e espiritual.

São raras as pessoas pertencentes ao totem da Cobra. A iniciação no totem da Cobra pressupõe que as pessoas tenham vivido e experimentado as múltiplas mordidas da Cobra, e que tenham se tornado capazes de transmutar todos os venenos, quer sejam de natureza física, mental, emocional ou espiritual. O poder de cura da Cobra representa o poder da criação, porque engloba a sensualidade, a energia psíquica, a alquimia, a reprodução e a ascensão (ou imortalidade).

O ciclo de transmutação, que consiste em viver-morrer-renascer, é simbolizado pela troca de pele da Cobra. A energia da Cobra é a energia da totalidade da consciência cósmica e da capacidade de viver todas as experiências de peito aberto, sem oferecer resistência. É a consciência de que todos os elementos da criação possuem o mesmo valor. Assim, se a pessoa estiver centrada, no estado de espírito correto, saberá que aquilo que é normalmente encarado como veneno pode ser comido, digerido, assimilado e transmutado. O veneno sempre pode ser transformado em energias positivas.

Thot, o pai da Alquimia, criou o símbolo de duas cobras enroladas em uma espada para representar o processo de cura. Cada organismo vivo possui uma porção masculina e uma porção feminina. O processo de fusão da energia masculina com a energia feminina gera uma energia divina, a energia da criação e da transmutação. Quando aceitamos a idéia de que possuímos estas duas energias em nós, podemos criar um espaço para que elas se mesclem e convivam em harmonia.

O totem da Cobra nos ensina que somos seres universais. Se conseguirmos aceitar e harmonizar todos os diferentes aspectos de nossa vida, poderemos alcançar a transmutação do nosso ser por intermédio da energia do fogo. Essa energia do fogo, atuando no plano material, gera paixão, desejo, procriação e vitalidade física. No plano emocional gera sonhos, ambição, criatividade e coragem. No plano mental gera inteligência, poder, carisma e capacidade de liderança. Quando a energia do fogo atinge o plano espiritual, ela se transforma em sabedoria, compreensão, sentimento de integração com o Todo e de conexão com o Grande Espírito que nos criou. ♥